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Depois do suicídio de Nero, Sérvio Sulpício Galba, um velho senador pertencente aos Sulpicii, uma velha família aristocrática, tornou-se imperador por nomeação senatorial. O seu reinado não começou bem. Durante a viagem da Hispânia para Roma, Galba não hesitou em espalhar o caos e a destruição pelas cidades que não lhe prestaram honras imperiais de imediato. Em Roma, substituiu grande parte das chefias militares e depressa se revelou tão paranóico como os seus antecessores. A sua recusa em conceder os prémios monetários às legiões e guarda pretoriana que o apoiaram serviu de impulsionador à organização de um golpe de estado e, em janeiro de 69 d.C., Galba foi assassinado pelos pretorianos no Fórum, juntamente com o seu sucessor designado. Em Roma, saudou-se Marco Sálvio Otão como novo imperador, mas no Reno as legiões aclamaram Aulo Vitélio que de imediato iniciou a marcha para Roma. Em abril, Vitélio derrotou Otão e tornou-se o único imperador, embora pouco tempo depois o exército estacionado na Judeia aclamasse o seu comandante Vespasiano como imperador. Durante a segunda metade do ano, todas as províncias foram-se declarando por Vespasiano e, então, Vitélio perdeu terreno. Finalmente, a 20 de dezembro, as tropas de Vespasiano entraram em Roma e assassinaram Vitélio. Vespasiano tornou-se então o único imperador e deu início à dinastia Flaviana.
Uma das mais notáveis obras de engenharia clássica, o
Coliseu de Roma, mandado erigir por
Vespasiano, serviu para inúmeros espectáculos, incluindo dramatizações de batalhas navais.
Vespasiano mostrou ser um imperador responsável e razoável em comparação aos excessos perpetrados pelos Julio-Claudianos. Apesar de ser um autocrata que pouca ou nenhuma importância política dava ao senado, Vespasiano procurou reorganizar o exército, as finanças do estado e a sociedade romana. Aumentou os impostos, mas erigiu grandes obras, como o Coliseu de Roma conhecido na altura como Anfiteatro Flaviano. Como antigo governador e general, Vespasiano sabia qual o melhor para as províncias e como manter o exército satisfeito, tudo condições indispensáveis para a estabilidade de um reinado. O seu filho, Tito Flávio, sucedeu-lhe em 79 d.C.. Prometia ser um imperador à altura do seu pai, mas o seu breve reinado foi marcado por catástrofes. A 24 de agosto do mesmo ano, o vulcão Vesúvio destruiu as cidades de Pompeia e Herculano e, em 80 d.C., Roma foi de novo consumida por um incêndio. Em 81 d.C., Tito é sucedido pelo irmão Domiciano, que haveria de se mostrar pouco à altura das capacidades dos seus familiares. Assim, tal como na dinastia Julio-Claudiana, o que começou por ser um período de prosperidade, depressa caiu em instabilidade política. Domiciano revelou-se tão paranóico como Calígula ou Nero e as atrocidades do seu reinado valeram-lhe o epíteto de pior imperador de todos os tempos.
Quando em 96 d.C. Domiciano foi assassinado, Roma encontra-se bastante céptica quanto à validade do modelo dinástico e a sucessão imperial evoluiu para o conceito do mais apto. Esta mudança deu origem ao período dos cinco bons imperadores.